O Mundo Sagrado do Novo Mundo

Por: Rabino Eliahu Birnbaum – Tradução de David Salgado

No país do ouro, macacos e papagaios, às margens do rio que, às vezes, sua largura atinge dezenas de quilômetros, acontecem histórias judaicas surpreendentes.

 

Amazônia – Parte 1

Manaus – Brasil

Três histórias diferentes e intrigantes que se entrelaçam entre o sagrado e o profano, entre a luz e a escuridão, entre Israel e os povos, ensinam sobre os traços da comunidade judaica em Manaus, no Amazonas, e abrem uma janela para a história judaica que deixou sua marca até os dias de hoje. São elas: a odisséia do Sefer Torá de 400 anos desde Portugal para o Marrocos e do Marrocos para o Brasil, para o rio Amazonas; a história das “mulheres polacas”, mulheres judias que foram trazidas da Polônia para o Brasil e América do Sul para trabalhar como prostitutas (sobre esse assunto na segunda parte deste artigo); e em contrapartida, a tumba do rabino ‘santo’, Rabino Shalom Muyal z’l. Agora, se por qualquer motivo que seja o leitor levantar o mínimo de dúvida sobre essas histórias, posso antecipar que em vão será, pois eu tenho em minhas mãos testemunhos, documentos e fotografias que comprovam tudo o que está escrito neste artigo.

A Lenda do Rei Salomão

A história da chegada dos judeus à Amazônia é uma das mais emocionantes de todas as Diásporas de Israel, e portanto, mesmo que já tenha tratado do assunto no passado (matéria sobre a comunidade judaica de Belém no Pará), tem muito mais para ser contado. Desta vez, farei isso através da saga da comunidade israelita de Manaus no coração da Amazônia. É fácil entender o que os judeus buscavam na América do Norte ou na Austrália ou em Hong Kong; porém, o que trouxe os judeus para as florestas tropicais, pouco tempo depois do homem branco pisar aquela terra pela primeira vez? Porque chegaram os judeus a lugares tão exóticos e fascinantes como estes?

Os judeus vivem na  Amazônia há duzentos anos. Os pioneiros que chegaram, aportaram ali, no ano 1810. A sepultura judaica mais antiga encontrada na região pertence a Mordechai ha-Cohen e data do mês Sivan de 5608 – junho 1948. Porém, existem aqueles que antecipam a chegada dos judeus a esta região do globo terrestre a uma época muito mais antiga e inimaginável: a época do Rei Salomão.

Um único versículo no livro dos “Reis” despertou a imaginação de estudiosos e eles idealizaram então, que o Rei Salomão, com toda sua inteligência, tinha o conhecimento e por isso enviava seus súditos para a terra da abundância ainda ignorada, onde estava o maior rio do mundo. Assim está escrito no livro Reis I, capítulo 10: “Que o Rei possuía no mar a frota de Tarsis com a frota de Hiram, e uma vez cada três anos voltava a frota de Tarsis trazendo ouro, prata, marfim, macacos e papagaios”. Alguns ensinam desse trecho que o Rei Salomão enviava navios cada três anos para o rio Amazonas. Eles se detinham por lá quase dois anos para juntar ouro e boas pedras além de macacos e papagaios, tudo isso encontrado especialmente nessa região do planeta. Uma outra idéia, é que pelo menos em uma grande parte de sei leito, próximo a Manaus e após o Rio Negro, seu maior afluente despejar suas águas no rio Amazonas, este passa a ser chamado de rio Solimões, como Shlomo em português: Salomão.

Mas deixemos as lendas antigas e voltemos a nossa história evidenciada. Durante 100 anos, de 1810 até 1910 chegaram à Amazônia aproximadamente 1000 famílias judias vindas do Marrocos. Parte destas famílias se estabeleceu nas grandes cidades, Belém e Manaus (650 famílias), outras se assentaram na calha do rio Amazonas (250 famílias) e outras tantas famílias alcançaram o Peru e foram viver em Iquitos e Tarapoto.

O pesquisador e Professor Universitário Samuel Benchimol, escreve em seu livro “Eretz Amazônia”, que entre 1810 e 1850 chegaram à região de Belém e Manaus por volta de 300 famílias além de outros muitos jovens solteiros, e entre os anos 1851 e 1910 aportaram outras 700 famílias. Além das famílias, viajavam para trabalhar na Amazônia, milhares de jovens que abandonavam suas casas a partir dos 13 anos e até aos 20 anos, em busca do sustento para os seus parentes. Esses pioneiros se preocupavam em mandar ajuda financeira para suas famílias no Marrocos. Às vezes eles retornavam para o ceio familiar após alguns anos, e às vezes, ficavam morando nos vilarejos às margens do rio durante muitos anos.

Do Inferno ao Paraíso

Belém, que está localizada na embocadura do rio Amazonas no Oceano Atlântico, foi a porta de entrada dos judeus imigrantes do Marrocos para o Brasil e a Amazônia. Entretanto, esse era apenas o início da peregrinação, dali cada um encontrava o seu caminho ao longo dos afluentes do grande rio até se estabelecerem em seu lugar de destino. Centenas das sepulturas judaicas espalhadas ao longo do maravilhoso rio, testemunham que além das duas grandes comunidades assentadas nas cidades de Manaus e Belém, se formaram na mesma época, dezenas de pequenos assentamentos judeus, ora de um homem apenas ora de um pequeno grupo.

Os judeus marroquinos, descendentes diretos das comunidades expulsas da Espanha pelos reis católicos, chegaram em busca de sossego e paz. Vários foram os motivos prováveis para essa onda imigratória. Dificuldades para sobreviver e se sustentar nos “Melahs” nas cidades do Marrocos; a super população nesses bairros judaicos; epidemia de malária e outras doenças contagiosas; prisões de judeus pelo governo, destruição de sinagogas, perseguição e sofrimento físico e mental. São esses motivos que nos fazem compreender perfeitamente a expressão desses imigrantes: “do Inferno para o Paraíso”, já que, por outro lado, o Brasil era visto como uma atração à parte: foi assinado o tratado de Aliança e Amizade entre o Brasil e a Grã-Bretânha (1810), os portos brasileiros foram abertos à navegação estrangeira, a inquisição foi oficialmente extinta no Brasil, e o país estava iniciando o seu processo de desenvolvimento e crescimento.

É verdade, que os pioneiros imigrantes judeus que chegaram à Amazônia, não esperavam enriquecer mas apenas levar uma vida sossegada e em paz. Chegaram ao Brasil com poucos pertences e começaram a construir suas vidas apesar das enormes dificuldades surgidas em seu novo lar, a selva, e da falta de conhecimento da língua; porém, sempre preservando a cultura judaica que lhes foi transmitida por seus familiares. Nos primeiros anos, até que começassem a trabalhar nos seringais, os judeus eram regatões. Geralmente enchiam um barco de mercadoria, e navegavam ao longo do rio Amazonas para vendê-la aos ribeirinhos.

Eles adentravam nas matas, lutavam contra as crenças antigas dos ribeirinhos, tinham dificuldades com a língua e temiam as doenças tropicais, tudo isso na esperança de ver seus descendentes adquirirem uma vida melhor mudando-se para as cidades quando tivessem condições financeiras para tal.

No princípio, a vida judaica não se desenvolveu nas comunidades organizadas e nas grandes cidades. Os judeus que chegaram, sem nada, procuravam um lugar bem afastado para tentar o sustento para sua casa. Assim surgiram dezenas de ‘pequenas comunidades’ judaicas ao longo do rio Amazonas e seus afluentes. Entre esses lugares podemos citar: Gurupá, Cametá, Macapá, Boim, Aveirus, Óbidos, Monte Alegre, Faro, Manicoré, Coari, Rio Branco, e outros muitos.

Porém, apesar das enormes distâncias e da falta de contato com as comunidades judaicas e a Sinagoga, os judeus não se sentiam sozinhos. Conversando em Manaus com descendentes dos primeiros emigrantes, aprendi que apesar das enormes distâncias geográficas – às vezes, é preciso viajar dias inteiros para chegar a um outro município – os judeus não se sentiam sozinhos. A preservação da tradição e das festas judaicas, e o sentimento de que eles são parte do povo judeu estabelecido ao longo da calha do rio, fez com que se sentissem unidos. Ensinamos que a solidão não é uma expressão geográfica e sim psicológica e consciente.

O advento do ciclo da borracha, originado na Bacia Amazônica, e o aumento do preço da borracha no mundo, mudou o status da cidade de Manaus de uma pobre e miserável cidade à margem do Rio Negro para uma próspera capital. No início do século XX, o aumento demográfico no Pará e Amazonas era o maior não apenas no Brasil mas em todo o mundo Ocidental.

A cidade se transformou na mais desenvolvida do Brasil de então. Foi a primeira cidade com luz pública e bondinho. Foram construídos exuberantes prédios públicos como o Teatro Amazonas inaugurado em 1896, com material importado da Europa. Assim,  surgiu uma conjuntura ímpar: no coração da floresta amazônica floresce uma cidade que mais parece ser a réplica da Paris européia.

Fotos da época comprovam o uso diário de roupas européias da moda pelas classes alta e média. O francês era a língua estrangeira preferida, e Paris tinha o estilo de vida e a moda preferida pelos intelectuais e elite. Não surpreende, que uma nova onda de imigrantes judeus do Marrocos tenha chegado nessa época em busca da riqueza na “Eretz Amazônia”.

Até que a crise chegou! Com a queda brusca do preço da borracha no mundo, teve início uma grande crise econômica na região norte do Brasil dos anos 20. Nesse ínterim abandonaram os judeus da Amazônia os pequenos municípios do interior, e migraram para as grandes cidades Belém e Manaus fortalecendo assim as comunidades judaicas ali existentes.

Os Expulsos e o Sefer Torá

Manaus, capital do Estado do Amazonas, o maior Estado do Brasil, está localizada no coração da floresta amazônica, às margens do maior afluente do rio Amazonas, o Rio Negro. Esta é uma cidade especial: temperatura tropical, cidade repleta de frutas e peixes típicos da região, e em diferentes lugares é possível ver, pendurados e balançando sobre as cabeças, peixes empalhados devoradores de carne humana, chamados “piranha”. O nome da cidade, Manaus, tem sua origem no nome de uma das tribos da região e significa: “mãe dos deuses”.

A primeira Sinagoga de Manaus, “Beit Yaakov”, foi fundada em 1928. De acordo com alguns membros da comunidade, esta era a Sinagoga dos “megurashim” (expulsos), pois nela rezavam os descendentes dos judeus que foram expulsos da Espanha e de Portugal e chegaram ao Marrocos. Eles falavam o Ladino e tinham o costume dos “sefaradim tehorim”, dos sefaraditas puros. Neste mesmo ano, foi inaugurado o primeiro cemitério israelita que está localizado bem ao lado do cemitério católico, e separado deste, por um muro de 10 tefachim (mais ou menos um metro e meio).

Mais tarde foi fundada a Sinagoga “Rebby Meyr”, na qual rezavam os “toshavim”, os judeus que já viviam no Marrocos quando da chegada dos judeus expulsos da Península Ibérica. Em Manaus os judeus mais antigos de hoje afirmam que as divergências que culminaram com a divisão em duas sinagogas eram por pequenas diferenças no “nussach hatefilá” (rito da oração) entre os originários de Tetuan e de Tanger no Marrocos. Interessante notar como essa divisão histórica entre os “megurashim” e os “toshavim” começou rolando no Marrocos e foi parar no Brasil e ainda perdurou muitos anos. Em 1962, os freqüentadores das duas sinagogas decidiram se juntar e fundaram um único Beit haKenesset (Sinagoga), “Sinagoga Beit Yaakov-Rebby Meyr, e assim teve fim esse discussão histórica.

Hoje em dia vivem cerca de 200 famílias na comunidade de Manaus. Apesar de seu tamanho modesto, a educação judaica é tema importante e central na vida comunitária. Duas vezes por semana, cerca de 70 crianças se reúnem na escola complementar “Jacob Azulay” de judaísmo e língua hebraica. Tefilot (orações) são realizadas todos os sábados na sinagoga com mais de 100 freqüentadores, e em seu rito são preservados os costumes e as melodias que habituavam utilizar no Marrocos espanhol.

O Sefer Torá de 400 anos que descansa no Aron haKodesh (Arca Sagrada) da sinagoga de Manaus é para os judeus locais não apenas um tesouro histórico, mas também um tesouro sentimental. A tradição comunitária conta que o Sefer Torá antigo tem sua origem em Portugal, depois ele acompanhou os judeus que decidiram abandonar o país, pelos maus tratos impostos pela Inquisição e por suas leis intransigentes, e decidiram viver no Marrocos no século XVII.

O Sefer então passou de Portugal para o Marrocos, do Marrocos continuou sua viagem com os judeus que buscavam uma vida nova nos rios da Amazônia brasileira, sem esquecer sua religião e cultura judaica. O Sefer Torá honrou durante muitos anos a pequena comunidade israelita de Itacoatiara, e somente depois que essa kehilá (comunidade) se extinguiu completamente, em meados do século XX, foi levado o Sefer Torá para o Aron haKodesh de Manaus onde descansa até hoje.

Quando visitei a sinagoga da comunidade, pedi para ver o Sefer Torá com os meus olhos e impressionou-me a klaf (pergaminho) e o formato das letras que comprovam a procedência e a odisséia desse Sefer Torá. Após verificação com especialistas confiáveis em Israel, pode-se afirmar que o Sefer Torá de Manaus tem a letra em formato Sefaradi (não do norte da África, mas Espanha), e foi escrito no fim do século XVI.

Há alguns anos atrás, o Museu da Diáspora (Beit Hatfutzot) em Tel Aviv – Israel, pediu que a comunidade doasse o Sefer para que fosse exposto ao grande público de visitadores deste museu. Após diversos diálogos dentro da comunidade, ficou decidido manter o Sefer Torá em seu lugar, no Aron haKodesh, e não doá-lo. Quando perguntei o porque desta decisão ao presidente da comunidade, Sr. Jaime Benchimol (filho do pesquisador Samuel Benchimol z’l), ele respondeu: “No Beit Hatfutzot este Sefer Torá será mais um objeto sagrado entre os muitos que se encontram no museu, mas aqui conosco, este Sefer, é o coração de comunidade judaica, ele é testemunho da longa e tortuosa história que trouxe os judeus para a Amazônia e é a origem da inspiração e do orgulho dos judeus de Manaus”.

A Sepultura do Rabino Muyal

Casualmente, cheguei para minha última visita à Manaus no Rosh Chodesh Shevat, dia da Hilulá (aniversário do falecimento) do Rabino Muyal z’l, conhecido como o Tzadik (Sábio) de Manaus.  Quis visitar sua tumba, e comecei a andar pelo cemitério católico onde ele está enterrado, na esperança de encontrar sua sepultura. Não precisei me esforçar muito: quando perguntei a pessoas que trabalham no cemitério se elas sabiam, por acaso, onde estava sepultado o Rabino Muyal, responderam educadamente: “certamente, a sepultura do nosso rabino santo milagreiro…”, e apontavam o caminho a seguir.

O Rabino Muyal morreu em 1910, provavelmente de febre amarela, e foi enterrado no cemitério municipal porque não havia, cemitério israelita até 1928.

Os pormenores do porque imigrou e como morreu o Rabino Shalom Muyal no Amazonas, são conflitantes. Mas muito mais contraditória ainda, ficou essa história após sua morte. Os católicos da cidade o chamaram de “o santo judeu milagreiro de Manaus”. Católicos freqüentemente visitam sua sepultura e atribuem a sua memória muitos milagres.

Ninguém pode afirmar com toda certeza qual o motivo que fez com que o Rabino Muyal abandonasse o Marrocos e fosse para a Amazônia brasileira em 1908. A versão mais aceitável parece ser a que alega que o Rabino Muyal foi enviado pelo Rabino Chefe de então no Marrocos, Rabino Rafael Encáua, para tentar aproximar mais ao judaísmo, os judeus que viviam nas florestas tropicais e estavam pouco a pouco, se afastando de sua herança israelita ancestral e de sua fé no judaísmo. Muyal iniciou sua caminhada pela Amazônia, como todos que aí chegavam, pela cidade de Belém e depois seguiu viagem pelo rio acima. Em 1910 ele já estava em Manaus e havia percorrido cerca de 2000 quilômetros. Após ter iniciado o seu trabalho na comunidade judaica de Manaus, ele faleceu vitimado por uma doença.

Os que contam essa história relatam, que ninguém queria estar ao lado do rabino quando ele estava morrendo, com exceção de uma senhora de nome Cota Israel, que cuidou dele com toda dedicação até sua morte.

Após sua morte, D. Cota passou a perceber que havia adquirido uma capacidade para curar doenças como contusões, problemas de joelho, fissuras e problemas de coluna. “Ela era uma senhora simples e começou a cuidar de pessoas assim como os fisioterapeutas fazem hoje em dia”, diz Isaac Dahan, médico e chazan da comunidade israelita de Manaus. Quando perguntavam como ela fazia aquilo, Cota Israel dizia que era uma bênção do Rabino Muyal.

O lugar onde está sepultado foi construído aos moldes de um lugar sagrado, com uma grade em forma de arco em volta da sepultura. Ao seu redor, tanto por fora como por dentro, é possível ver, dezenas de pequenas placas de agradecimento por “graça alcançada”. Na tradição católica, o meio para agradecer aos benfeitores é através de placas onde estão gravadas a data do milagre e a benfeitoria como agradecimento.

Apesar do Rabino Muyal ter sido enviado a princípio para a comunidade judaica, ele se transformou após a sua morte, num ‘santo’ fazedor de milagres, principalmente, para os católicos da cidade. Os membros da comunidade israelita costumam visitar sua sepultura na véspera de Rosh Hashaná, mas os cristãos fazem isso durante todo o ano. O Rabino Muyal  se transformou numa figura muito importante para os residentes locais, a ponto de há alguns anos atrás o ex-parlamentar Eli Muyal z’l, sobrinho do rabino Muyal, ter solicitado a transladação dos restos mortais para uma nova cova em Israel, e os dirigentes da comunidade judaica terem recusado tal solicitação, pelo receio dos moradores locais dizerem que os judeus estavam levando um de seus ‘santos’.

Preservando a Chama

“Não é fácil ser judeu” é uma afirmação que tem relação com a situação do judeu em qualquer lugar do mundo, porém, parece que esta citação é mais apropriada especialmente para as comunidades que existiram e existem na região amazônica. Judeus moravam a distâncias quilométricas das comunidades judaicas, sem rabinos, sem educação, sem casher, sem Mohel, sem comunidade judaica, mas preservavam, assim mesmo, sua identidade e seu orgulho judaicos. Apesar das dificuldades de se viver na floresta e entre os rios, o grande volume de água não conseguiu apagar a identidade judaica e extinguir a faísca do povo de Israel.

A história dos judeus da Amazônia é uma história repleta de pioneirismo e pioneiros, que buscaram trocar as dificuldades do Marrocos pelos novos horizontes às margens do rio Amazonas. História repleta de sofrimento, porém também de lembranças e experiências únicas.

Ao dedicar o livro “Eretz Amazônia” aos seus netos, Samuel Benchimol escreve: “na esperança de que a memória, a identidade e a herança judaicas continuem na Amazônia no terceiro milênio”.
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